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2012 - Livro Vermelho 2013

Oxalis niederleinii Knuth LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 29-05-2012

Criterio:

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Oxalis niederleinii caracteriza-se por ervas, terrícolas. Não endêmica do Brasil. Considerada Vulnerável (VU) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004), porém é amplamente distribuída na região sul do Brasil, sendo uma das espécies mais comuns nos estado do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Não ameaçada.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Oxalis niederleinii Knuth;

Família: Oxalidaceae

Sinônimos:

  • > Oxalis refracta var. debilis ;
  • > Oxalis refracta var. erecta ;
  • > Oxalis refracta var. grandiflora ;
  • > Oxalis refracta var. hirsuta ;
  • > Oxalis amara var. scabra ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Notizbl. Bot. Gart. Mus. Berlim 7: 299. 1919. Espécie facilmente reconhecida quando em fruto, pelo ápice longo-apiculado e presença de tricomas glandulares pluricelulares (Fiaschi; Conceição, 2005).

Distribuição

Ocorre nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Abreu; Fiaschi, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por ervas procumbentes, terrícolas; coletada com flores e com frutos em Outubro (Abreu; Fiaschi, 2012; Fiaschi; Conceição, 2005).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650km2 de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A área total deCampos no sul do Brasil era 18 milhões de hectares, ao passo que em 1996 a área estava em 13,7 milhõesde ha (i.e. 23,7% da área total dessa região), sendo 10,5 milhões ha noRio Grande do Sul (área total: 28,2 milhões ha), 1,8 milhão ha em Santa Catarina(área total: 9,6 milhões ha) e 1,4 milhão ha no Paraná (área total: 20 milhõesha). Um decréscimo de 25% da área total dos campos naturais ocorreu nos últimos30 anos devido a uma forte expansão das atividades agrícolas. Houve um aumentosignificativo na produção de milho, soja e trigo, o que se deu às custas doscampos naturais, além da produção de arroz. Atualmente os três Estados daregião sul do Brasil produzem 60% do arroz no Brasil. O cultivo de árvoresexóticas tem recebido muitos incentivos, tanto das indústrias privadas quantodo governo, para a produção de celulose principalmente. Particularmente noscampos do Planalto Sul-Brasileiro, áreas que antes eram utilizadas com apecuária foram transformadas em plantações de Pinus sp. de grandesextensões, essas densas monoculturas não permitem o crescimento de plantas nosub-bosque, o que agrava significativamente os danos causados por estaatividade. Na região sul do Rio Grande do Sul também há a pressão exercida peloplantio de Eucalyptus sp., tambémlevando à perda de espécies campestres. A intensificação dos sistemas de produção pecuáriatem levado ao aumento na área de pastagens cultivadas. Apesar da altaprodutividade e potencial forrageiro de muitas espécies nativas, elas não sãoexploradas comercialmente e as pastagens cultivadas são produzidasprincipalmente com espécies exóticas. Outra forte ameaça é o sobrepastejo, quepossui conseqüências negativas para a cobertura do solo, facilitando adegradação em regiões com condições de solos vulneráveis, acelerando o processode erosão. Apenas 453km² dos Campos Sulinos estão protegidos em Unidades deConservação de proteção integral, o que equivale a menos de 0,5% da área totaldesta formação vegetal. A maior parte deste percentual está nosmosaicos de Campos e floresta com Araucária, nos Parques Nacionais dos Aparadosda Serra, da Serra Geral e de São Joaquim (norte do RS e SC) (Overbeck et al., 2009).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada Vulnerável (VU) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

4.4.3 Management
Observações: Espécie ocorre em Unidade de Conservação: Parque Nacional do Iguaçú, no estado do Paraná (CNCFlora, 2012).

Referências

- ABREU, M.C.; FIASCHI, P. Oxalis niederleinii in Oxalis (Oxalidaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB012480>.

- ABREU, M.C.; FIASCHI, P. Oxalidaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.404-405, 2009.

- FIASCHI, P.; CONCEIÇÃO, A.A. Oxalis (Oxalidaceae). In: WANDERLEY, M.G.L.; SHEPHERD, G.J.; MELHEM, T.S.; MARTINS, S.E.; KIRIZAWA, M.; GIULIETTI, A.M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP/Rima, p.301-315, 2005.

- OVERBECK, G.E.; MÜLLER, S.C.; FIDELIS, A. ET AL. Os Campos Sulinos: um bioma negligenciado. In: PILLAR, V.P.; MÜLLER, S.C.; CASTILHOS, Z.M.S.; JACQUES, A.V.A. Campos Sulinos: conservação e uso sustentável da biodiversidade. p.26-41, 2009.

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.

Como citar

CNCFlora. Oxalis niederleinii in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Oxalis niederleinii>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 29/05/2012 - 20:09:37